December 17, 2025
Por Sonho Seguro
As perdas seguradas globais decorrentes de catástrofes naturais devem alcançar US$ 107 bilhões em 2025, impulsionadas principalmente pelos incêndios florestais em Los Angeles e pelas tempestades convectivas severas (SCS) nos Estados Unidos. O volume é 24% inferior aos US$ 141 bilhões registrados em 2024, mas mantém a marca acima de US$ 100 bilhões pelo sexto ano seguido, segundo estimativas do Swiss Re Institute.
Os incêndios em Los Angeles configuram o evento de incêndio florestal mais caro já registrado no mundo, com US$ 40 bilhões em perdas seguradas. Já o furacão Melissa foi o evento ciclônico mais oneroso de 2025, com perdas seguradas estimadas em até US$ 2,5 bilhões, em uma temporada que, no geral, foi considerada benigna.
Para Jérôme Jean Haegeli, economista-chefe do Grupo Swiss Re, a tendência é clara: “Apesar da volatilidade anual, as perdas seguradas continuam a crescer. Por isso, fortalecer prevenção, proteção e preparação é essencial para proteger vidas e patrimônio. Resseguradoras e o setor de seguros têm um papel duplo: atuar como amortecedores financeiros e apoiar políticas públicas e investimentos privados mais resilientes e orientados ao risco, capazes de reduzir perdas futuras.”
Estados Unidos concentram a maior parte das perdas globais
Com 83% das perdas seguradas globais estimadas em 2025, os Estados Unidos voltam a ser o mercado mais impactado, somando US$ 89 bilhões. O resultado reflete, sobretudo, os incêndios florestais e as tempestades convectivas severas.
As perdas seguradas por incêndios florestais atingiram US$ 40 bilhões, o maior valor da série histórica. A magnitude dos danos decorre da combinação de condições meteorológicas adversas — períodos prolongados de calor e seca, além de ventos fortes — com o aumento da exposição, especialmente de imóveis residenciais de alto valor em áreas de interface urbano-florestal (WUI).
Tempestades convectivas severas seguem como vetor estrutural de perdas
As SCS responderam por US$ 50 bilhões em perdas seguradas no mundo em 2025, tornando este o terceiro ano mais caro da série, atrás apenas de 2023 e 2024. Nos EUA, a atividade foi intensa no primeiro semestre, com surtos de tornados em março e maio elevando os registros de ventos extremos, enquanto o granizo permaneceu próximo da média. No segundo semestre, até o momento, a atividade foi mais contida.
Na Europa, tempestades de granizo em maio e junho tiveram impacto limitado, pois as áreas mais atingidas apresentavam menor concentração de ativos de alto valor. Ainda assim, as SCS permanecem como um dos principais componentes das perdas globais por catástrofes naturais.
Segundo Balz Grollimund, head de riscos catastróficos da Swiss Re, “observamos uma elevação consistente das perdas associadas a tempestades convectivas severas. Urbanização em áreas de risco, valorização dos ativos, custos de construção mais altos e fatores como o envelhecimento de telhados tornaram esse risco central para as seguradoras. Como eventos isolados raramente geram grandes perdas, é fundamental avaliar o efeito cumulativo de ocorrências frequentes de menor severidade, aliado à alta dos valores imobiliários e dos custos de reparo.”
Temporada de furacões com impacto segurado limitado
O furacão Melissa atingiu o sudoeste da Jamaica em outubro como um Categoria 5, com ventos estimados em 298 km/h, tornando-se a tempestade mais forte já registrada no país. O sistema provocou danos catastróficos por vento, além de enchentes e deslizamentos, afetando também Haiti e Cuba.
Apesar disso, as perdas seguradas por ciclones tropicais no Atlântico Norte devem ser relativamente baixas em 2025. A temporada contabilizou 13 tempestades nomeadas, cinco furacões, quatro furacões intensos e três Categoria 5(Erin, Humberto e Melissa). Pela primeira vez em dez anos, nenhum desses furacões atingiu a costa dos Estados Unidos.
Enchentes severas no Sudeste Asiático
No fim de novembro, Vietnã, Tailândia e Indonésia enfrentaram enchentes fluviais e repentinas, decorrentes da interação de múltiplos sistemas ciclônicos com uma monção intensificada sob condições de La Niña, resultando em chuvas intensas, deslizamentos e danos generalizados.
Adaptação e alertas precoces salvam vidas
Em julho, um terremoto de magnitude 8,8 ao largo da Península de Kamchatka, na Rússia, gerou ondas de tsunami que alcançaram o Havaí e áreas costeiras dos EUA. A resposta coordenada dos sistemas de alerta precoce, especialmente o Pacific Tsunami Warning System (PTWS), é considerada um caso de sucesso, com evacuações e alertas eficazes que evitaram perdas humanas em larga escala. Reformas urbanas baseadas em eventos anteriores também contribuíram para limitar os danos em comunidades costeiras russas.
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