May 29, 2025
Por 🏆 Seguro Gaúcho | Andréia Pires
Maio de 2024 ficou marcado na história do Rio Grande do Sul como o mês da maior tragédia climática já registrada no estado. Passado um ano da enchente que devastou cidades inteiras, deixou milhares de pessoas desabrigadas e impactou profundamente a economia regional, o setor segurador ainda sente os reflexos do desastre, mas também aponta aprendizados e mudanças em curso para o futuro.
Para Ederson Daronco, presidente do Sindicato das Seguradoras do RS (SindSeg-RS), o impacto da tragédia foi alarmante, mas também acelerou debates cruciais sobre a função social do seguro e a necessidade de cobertura mais ampla e inclusiva. “As mudanças climáticas não afetam os seguros, afetam as pessoas e empresas. Se conseguirmos que o maior número de pessoas esteja coberta, mais rápida será a recuperação das famílias e da economia, liberando o Estado para atuar em outras frentes”, destaca.
Segundo dados da Susep (Superintendência de Seguros Privados), compilados na Síntese Mensal de Maio de 2024, os sinistros pagos no Rio Grande do Sul apresentaram crescimento expressivo. Ainda assim, grande parte das perdas não estava coberta por seguros, evidenciando a baixa penetração do setor no país. “Essa realidade escancarou a urgência de tornar o seguro mais acessível, especialmente para pequenos empreendedores e famílias de baixa renda”, completa Daronco.
Comunicação e preparação: pilares em tempos de crise
Em momentos de catástrofe, o acesso à informação clara e tempestiva é vital. O SindSeg-RS reforça a importância do papel dos corretores de seguros como ponte entre a população e a proteção que o mercado oferece. “A comunicação é fundamental para que a população compreenda a importância da cobertura securitária. Por isso, os corretores são constantemente treinados pelas seguradoras e pelas entidades representativas como a CNseg, Fenseg e SindSeg”, explica o presidente da entidade.
A Federação Nacional dos Corretores de Seguros (Fenacor) também tem ampliado seus esforços em qualificação técnica e articulação institucional. Carlos Valle, vice-presidente de Comunicação da Fenacor, ressalta que a transformação do mundo, com destaque para os riscos climáticos, exige um corretor cada vez mais capacitado e preparado. “A ENS, com o apoio da Fenacor, tem oferecido cursos como Gestão de Riscos Climáticos, Seguro Paramétrico e Resiliência Climática. Além disso, há parcerias com universidades internacionais para certificações específicas, como Catastrophe Risk Management e Climate Risk Insurance”, afirma.
Além da capacitação, Valle salienta a importância da articulação entre o setor e o poder público para a criação de políticas que incentivem a massificação do seguro no Brasil. “É necessário fomentar o acesso ao seguro com produtos adequados à realidade da população e medidas regulatórias que incentivem a contratação, como a exigência de laudos de risco hidrológico em novas edificações, adotada por alguns municípios após a enchente do RS”, observa.
Resiliência e reconstrução
Entre os impactos concretos da tragédia está o aumento das taxas de resseguro para riscos catastróficos no Brasil, reflexo da elevação do risco percebido pelas resseguradoras internacionais. Ao mesmo tempo, o mercado passou a valorizar ainda mais o papel do seguro como instrumento de proteção e reconstrução social.
“Mesmo diante de perdas bilionárias não seguradas, houve uma elevação significativa no volume de indenizações pagas. Isso mostra o compromisso do setor com a sociedade e reforça a necessidade de expandir esse alcance”, destaca Valle.
Os dois dirigentes concordam que, embora os desafios sejam muitos, o setor tem demonstrado capacidade de resposta e vontade de evoluir. A tragédia de 2024 deixou marcas profundas, mas também acendeu um alerta que não pode ser ignorado. “A forma como responderemos a esses eventos climáticos será determinante para o futuro da nossa sociedade. E o seguro é peça-chave nesse processo”, conclui Daronco.
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