August 12, 2025
Por GZH
O principal receio da maioria dos turistas é passar por algum transtorno durante sua viagem, que pode ser desde uma bagagem extraviada até uma emergência médica. Para ter apoio nesse tipo de situação, os viajantes têm a possibilidade de contratar pacotes de seguro-viagem, que cobrem eventuais incidentes. Nos primeiros quatro meses deste ano, a busca por essas coberturas no Rio Grande do Sul cresceu 159,3% em comparação com o mesmo período no ano anterior.
O aumento da procura por seguro-viagem no Estado este ano, compilado pela Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), chama ainda mais a atenção quando confrontado com outro dado. Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o número de voos que partiram do Estado no período analisado foi 38,41% menor do que no mesmo recorte em 2024. Ou seja, mesmo com menos voos, mais gente contratou seguros.
Para especialistas do setor, o impacto da enchente de 2024 no Rio Grande do Sul ajuda a explicar o crescimento na busca por seguro-viagem em 2025.
— O principal fator que contribui para esse aumento, infelizmente, foi a enchente, que gerou muitos cancelamentos de voos, atrasos e outros transtornos. O seguro-viagem não se aplica somente a questões de saúde, também cobre incidentes como esses, bagagens extraviadas. Me parece que aqui no Estado, depois da enchente do ano passado, os viajantes ficaram mais atentos a essas questões — afirma Richard Abbade, diretor da seguradora On Time e vice-presidente da União Gaúcha dos Operadores e Representantes de Turismo (Ugart).
R$ 8 milhões em indenizações
No primeiro quadrimestre deste ano, o valor despendido nas contratações de seguro-viagem somou R$ 17,6 milhões no Rio Grande do Sul. Com o aumento das contratações, cresceu também o valor das indenizações pagas, que somaram R$ 8 milhões e registram crescimento de 71,5%.
O impacto do evento climático extremo nesta mudança também é destacado por Edgar Anuseck Neto, diretor do Sindicato das Seguradoras no Rio Grande do Sul (Sindsegrs).
— O Estado enfrentou e ainda enfrenta diversas enchentes como a de 2024. Sendo assim, acredito que houve um aumento da conscientização sobre a importância da proteção diante de imprevistos. Além do fato de que aquelas pessoas que não puderam viajar em 2024, seja por terem sido diretamente atingidas pela enchente, seja pelo fato do aeroporto ter ficado um longo tempo inoperante, podem ter optado por viajar nos primeiros meses de 2025, já protegidas — observa.
Casos midiáticos
Em complemento, João Augusto Machado, presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens no Rio Grande do Sul (Abav-RS), também aponta a repercussão de casos midiáticos como outro fator de conscientização dos viajantes em relação à contratação do seguro-viagem.
— A enchente do ano passado gera um impacto mesmo para quem não teve um voo cancelado, pois o fato de o aeroporto ter ficado fechado por tanto tempo e a repercussão disso chamam a atenção da população de qualquer forma. Casos de grande repercussão na mídia normalmente têm esse efeito de conscientização, é o que devemos observar também depois do caso da brasileira que morreu durante viagem na Indonésia, e toda a dificuldade da família em trazer o corpo de volta ao Brasil — argumenta.
As proteções do seguro-viagem
Os pacotes de seguro-viagem oferecem diferentes formas de proteção ao viajante. Os serviços tanto cobrem emergências relacionadas à saúde quanto indenizam os passageiros por transtornos relacionados à cancelamentos de voos e extravio de bagagem e roubos. Em caso de mortes no Exterior, por exemplo, também podem cobrir os custos de traslado do corpo.
— Existem diversos tipos de pacotes de seguro-viagem, que se adaptam às necessidades e demandas específicas do viajante, e os serviços estão disponíveis também para viagens nacionais, ao contrário do que muitos turistas pensam, de que os seguros se aplicam somente para viagens internacionais — destaca Richard Abbade.
O uso mais comum do seguro-viagem é associado a emergências médicas, o chamado seguro-saúde, com serviços que custeiam atendimentos clínicos, medicamentos e despesas hospitalares, incluindo exames de raio X e cirurgias.
Durante uma viagem à Tailândia em março deste ano, a gaúcha Loiva Bertol, 50 anos, torceu o tornozelo durante uma caminhada e recorreu ao seguro contratado para ter atendimento médico.
— Tranquiliza também saber que tem o seguro quando acontece algo. Fui atendida por um ortopedista, fiz raio X, enfaixei o pé, me deram muletas e até uma cadeira de rodas — afirma.
Nos casos de transtornos relacionados ao voo, os serviços de seguros podem incluir indenizações por atraso de embarque, cancelamento do voo, perda ou danos na bagagem.
Nos imprevistos que podem ocorrer durante a viagem, além de questões médicas, o serviço também pode oferecer assistência no caso de assaltos, roubos e perda de documentos.
Imposição argentina deve aumentar busca
Em maio, o governo de Javier Milei tornou obrigatório que todos os turistas apresentem um seguro-saúde válido para entrar no país. A Argentina é um dos principais destinos internacionais de viajantes gaúchos, e a alteração deverá fazer com que a procura pela contratação de seguros aumente ainda mais nos próximos meses.
— A medida já está em vigor. Na prática, ainda não estão exigindo, mas isso pode mudar a qualquer momento. Quando isso ocorrer, deve fazer, sim, as contratações aumentarem, pois muitos turistas hoje ainda não fazem — reforça Richard Abbade.
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