September 17, 2025
Por 🏆 Seguro Gaúcho | Andréia Pires
A tragédia climática que atingiu o Rio Grande do Sul em maio de 2024, expôs de forma contundente a fragilidade do mercado segurador frente a eventos extremos. Para a Superintendência de Seguros Privados (Susep), o episódio reforçou a urgência em ampliar a proteção da população, sobretudo em regiões de risco, e motivou a abertura de uma consulta pública que discute alternativas regulatórias para o setor.
Segundo a autarquia, a proposta em avaliação pode significar um divisor de águas para o mercado nos próximos anos. “A tragédia no Rio Grande do Sul deixou claro o tamanho da lacuna de proteção que existe hoje no mercado de seguros. A consulta pública que colocamos em discussão busca justamente enfrentar essa realidade, avaliando alternativas regulatórias para ampliar o acesso da população a coberturas contra alagamentos e inundações. Nos próximos anos, a proposta pode significar uma mudança estrutural: mais famílias protegidas, maior previsibilidade para a reconstrução após eventos climáticos extremos e, sobretudo, a consolidação de uma cultura de proteção que hoje ainda é incipiente no Brasil.”
Entre os principais obstáculos para que a população tenha acesso a seguros contra enchentes, a Susep cita fatores culturais e estruturais. “Hoje enfrentamos alguns entraves relevantes, como a baixa cultura de seguros na nossa população, pouca informação e clareza na comunicação sobre seguros, seja quanto ao valor do seguro, seja quanto aos riscos que estão sendo segurados, além de problemas relativos à alta concentração de riscos, que pode prejudicar a oferta de seguros.”
Uma das propostas apresentadas pela Federação Nacional dos Corretores de Seguros (Fenacor) sugere a inclusão obrigatória da cobertura contra alagamento e inundação no seguro residencial. Para a Susep, a medida exige cautela. “Essa é uma discussão importante e que precisa ser muito bem equilibrada. Por um lado, a inclusão compulsória da cobertura aumentaria a confiança da sociedade, pois todos teriam a garantia mínima de proteção contra eventos de grande impacto social. Por outro lado, é preciso avaliar o efeito no preço final e a percepção do consumidor. A consulta pública analisa diferentes alternativas, desde a obrigatoriedade até mecanismos mais flexíveis, justamente para encontrar a solução que maximize o acesso sem criar barreiras adicionais. O que buscamos é ampliar a proteção com equilíbrio entre custo e benefício para a população.”
O processo de reconstrução no Rio Grande do Sul também coloca em evidência o papel do seguro como instrumento de apoio social e econômico. “O seguro é um instrumento essencial nesse processo, não apenas para apoiar a reconstrução após uma tragédia, mas também para estimular a prevenção e a redução de vulnerabilidades. Além de oferecer a famílias e empresas um apoio financeiro imediato em caso de sinistro, acelerando a retomada da vida e da atividade econômica, o seguro exerce uma função regulatória importante: ao precificar riscos e condicionar coberturas, ele induz tanto o poder público quanto a iniciativa privada a adotarem melhores práticas de planejamento e prevenção.”
Para a Susep, aproximar a população desse debate é um passo fundamental. “Da parte da Susep, nosso papel é criar um ambiente regulatório inovador, que favoreça soluções acessíveis e sustentáveis, promover o debate público por meio de consultas como essa e ampliar o diálogo com consumidores e agentes do mercado. Nosso objetivo é que a sociedade reconheça o valor do seguro como ferramenta de proteção e incentivo à resiliência, especialmente em regiões mais expostas a riscos.”
VEJA TAMBÉM
Com experiência no seguro de pessoas, Giba dará continuidade à expansão do CVG-RS
Canal Corretor consolida "jornada dos corretores" assumindo as áreas Comercial Corporate e de Experiência ...
Proteção financeira que traz previsibilidade, reduz preocupações e promove bem-estar emocional



