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Economia Circular no Setor Automotivo: Como o desmanche legal de veículos reverbera no mercado de seguros

Desmanches legalizados e rastreabilidade: uma nova fronteira para redução de fraudes e custos no seguro au ...



Auto
November 6, 2025

Por Insurtalks
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Desmanches de veículos no Brasil

Nos últimos anos, as montadoras ampliaram seu papel, deixando de atuar apenas como fabricantes para se tornarem provedoras de soluções de mobilidade, o que inclui locação de veículos, manutenção e oferta de peças recicladas. O desmanche legalizado tem crescido e um exemplo dessa mudança é o centro de reciclagem de veículos da Stellantis em Osasco (SP) — o primeiro do tipo no Brasil. Nesses centros, os veículos fora de uso são desmontados de forma controlada e as peças reaproveitáveis são certificadas e revendidas por até metade do valor de mercado. 

Mercado bilionário e desafios para a reciclagem

Conforme apontado na matéria do G1, de acordo com a Fenabrave e a Dana Brasil, o mercado de reposição automotiva movimentou cerca de R$ 260 bilhões em 2024, impulsionado pela alta demanda por peças. Estima-se que dois milhões de veículos cheguem ao fim da vida útil todos os anos, mas apenas 1,5% desse total é destinado corretamente, segundo dados da Abcar e do Sindinesfa. Contudo, a falta de padronização e a predominância de negócios familiares sem estrutura industrial dificultam a consolidação de um sistema eficiente de reciclagem automotiva no país, segundo a visão de Julio Cesar Luchesi de Freitas, presidente da Abcar. 

Controle de peças pode trazer favorecer as seguradoras

Com peças de origem garantida e rastreável, é possível reduzir fraudes, evitar o uso de componentes adulterados e calcular com mais precisão os custos de reparos e indenizações. Além disso, a disponibilidade de peças de reposição mais baratas e certificadas contribui para a diminuição do custo médio de reparo em vantagem competitiva para as empresas do setor, especialmente considerando a alta nos preços das peças e nos valores de apólices automotivas.

Economia circular e sustentabilidade

A economia circular pode ser uma prática assertiva de sustentabilidade corporativa, estendendo o ciclo de vida dos materiais, reduzindo o desperdício e promovendo o reaproveitamento responsável de recursos. No caso da Stellantis, por exemplo, o processo de desmontagem de veículos permite a reutilização de aço, plásticos, vidros e componentes eletrônicos que antes seriam descartados. Isso não só diminui o impacto ambiental, mas fortalece a cadeia produtiva sustentável dentro do setor automotivo. Para o mercado de seguros, esse movimento pode ser interessante. Diversas seguradoras vêm adotando políticas ESG (ambientais, sociais e de governança), integrando critérios de sustentabilidade em seus produtos e operações. Ao apoiar práticas alinhadas à economia circular, as companhias fortalecem sua reputação, atraem consumidores mais conscientes e se posicionam de forma competitiva diante das novas exigências globais por responsabilidade ambiental e inovação.

Novas oportunidades de valor

O avanço da reutilização de peças certificadas também abre espaço para novos modelos de parceria entre seguradoras, oficinas e corretores. Ao direcionar reparos para estabelecimentos credenciados e comprometidos com a procedência das peças, esses profissionais passam a oferecer um serviço mais confiável e transparente. Essa prática contribui para reduzir custos, aumentar a satisfação dos clientes e fortalecer vínculos de longo prazo. A integração de oficinas, desmanches e seguradoras, amparada por sistemas de rastreamento e certificação, pode gerar uma cadeia colaborativa, em que todos os elos ganham eficiência.

Gestão de sinistros mais ágil e clientes mais satisfeitos

A criação de uma rede colaborativa entre seguradoras, desmanches e oficinas tem potencial para melhorar a gestão de sinistros. A disponibilidade rápida de peças certificadas reduz o tempo de reparo, agiliza o retorno do veículo ao segurado e melhora os índices de satisfação. Além disso, a automatização dos processos e o uso de dados rastreáveis diminuem erros administrativos e custos operacionais, o que fortalece a rentabilidade das companhias em um setor altamente competitivo.

Legislação e rastreabilidade diminuem comércio ilegal

A ampliação da rastreabilidade é algo importante para coibir o uso de peças adulteradas ou provenientes de veículos furtados. A Lei do Desmanche (n.º 12.977/2014) foi criada para regular o setor e combater o comércio ilegal de peças, exigindo que os desmanches sejam credenciados, rastreáveis e devidamente fiscalizados pelos Detrans. No entanto, a aplicação da lei ainda é limitada e poucos estados cumprem as normas de forma integral, o que compromete a transparência e dificulta a definição de preços médios para peças remanufaturadas. A consolidação dessa nova etapa da economia circular depende de uma atuação conjunta entre poder público, seguradoras, montadoras e empresas de tecnologia. Sem esse esforço coletivo, o risco é que o mercado paralelo continue ativo, minando a credibilidade das iniciativas sustentáveis e dificultando o progresso do setor.

O caminho para um seguro automotivo mais sustentável e eficiente

Os desmanches legalizados e o avanço da economia circular mostram que o setor automotivo brasileiro começa a dar passos concretos rumo a um modelo mais responsável e eficiente. Para o mercado de seguros, essa mudança representa mais do que uma redução de custos: é uma chance real de atuar de forma estratégica, com maior controle sobre riscos e transparência nas operações. Ainda existem entraves, como a falta de fiscalização uniforme e a necessidade de maior padronização, mas o potencial de transformação é promissor. Portanto, quando seguradoras, oficinas, montadoras e órgãos públicos trabalham em conjunto, é possível colher bons resultados e construir um sistema mais equilibrado, que promete sustentabilidade, segurança e economia.





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